Vitória Miranda não carrega esse nome à toa. Nascida prematura, aos seis meses, enfrentou desde o início uma série de desafios. Filha de Solange e Fábio, foi diagnosticada com artrogripose múltipla congênita, uma condição rara que comprometeu sua mobilidade desde o nascimento e a deixou com apenas 10% de força nas pernas. Diante de um cenário de incertezas, os médicos não acreditavam que ela pudesse ter uma vida ativa. Mas talento e oportunidade acabaram se encontrando e, assim, mudaram tudo.
A chegada à AMR: o ponto de virada
Aos dois anos, Vitória começou a frequentar a Associação Mineira de Reabilitação (AMR), e foi ali que sua trajetória começou a ser transformada. Por meio da fisioterapia, terapia ocupacional, esporte terapia e acompanhamento interdisciplinar, ela passou a desenvolver habilidades fundamentais para a autonomia e a qualidade de vida.
Na época em que frequentava a instituição duas vezes por semana, ela passou por diversas cirurgias, participou de oficinas terapêuticas e até jogava vôlei durante as aulas de esporte terapia. Foi nesse ambiente de acolhimento e estímulo que ela descobriu o prazer pelo esporte e deu seus primeiros passos rumo às quadras de tênis.
O encontro com o tênis – e o reencontro
Vitória já chamava a atenção de suas terapeutas na instituição por sua força, mas conheceu a modalidade por acaso, quando encontrou a mãe de Rafael Medeiros, tenista paralímpico. Foi ela que apresentou o tênis à Vitória – modalidade pela qual ela não se apaixonou de cara.
Dois anos depois, a perda de uma pessoa especial a fez retornar às quadras. O tênis virou refúgio, paixão e caminho. Ela reencontrou Léo Butija, treinador que viria a ser seu grande parceiro de jornada, e conquistou a última vaga disponível em sua equipe.
“Hoje, eu não consigo viver sem o tênis. É meu amor!”
Campeã dentro e fora das quadras
Aos 17 anos, Vitória já é considerada uma das maiores promessas do tênis em cadeira de rodas no mundo. Atual número 1 do ranking juvenil mundial, acumula conquistas de peso, como os títulos de simples e duplas no Parapan Júnior 2023, o bicampeonato no Australian Open Juvenil e, recentemente, duas vitórias históricas no Roland Garros Juvenil 2025 – em simples e duplas.
“Espero que eu faça história. E não só fazer história como ajudar outras pessoas a acreditarem em si mesmos e fazerem história também.”
A jovem mineira, que já tem patrocínio de marcas e equipamentos esportivos, treina duro todos os dias, estuda inglês e sonha alto: figurar entre as melhores do ranking adulto e representar o Brasil nas Paralimpíadas de Los Angeles 2028.
Orgulho de ser AMR
Mesmo com a rotina intensa de viagens e treinos, Vitória não esquece de onde veio. Na AMR, ela teve suas potencialidades estimuladas, desenvolveu sua força física e emocional e aprendeu que a reabilitação vai muito além do corpo: é sobre conquistar independência, abrir caminhos e transformar vidas.
Mais do que títulos e rankings, Vitória Miranda carrega consigo uma mensagem poderosa sobre o papel da inclusão, da oportunidade e acesso à reabilitação e da força dos vínculos construídos ao longo do caminho.
Na AMR, acreditamos em histórias como a da Vitória. Reabilitar é transformar. Incluir é acreditar.
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